domingo, 13 de novembro de 2011

Fugaz

Fugaz, fugidia, dentre os dedos escapa e some no infinito. É ela, a Vida, a nossa vida, a vida dos que amamos. Num instante, a angústia, noutro, a sombra, a neblina que cega num mar branco. Sem mais, sem volta. Mas esse instante é único. Antes, instantes e momentos que se sucedem, alarmes falsos, milagres e bençãos que demonstram forças, fé ou sorte? não sei, não importa, apenas importa a vida, a sequência. Aqui estamos, seguimos adiante... obrigado

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Semana da Pátria

Não me convidaram
Pra esta festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...
 
Não me ofereceram
Nem um cigarro
Fiquei na porta
Estacionando os carros
Não me elegeram
Chefe de nada
O meu cartão de crédito
É uma navalha...

Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Não me convidaram
Pra essa festa pobre
Que os homens armaram
Pra me convencer
A pagar sem ver
Toda essa droga
Que já vem malhada
Antes de eu nascer...

Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada
Prá só dizer "sim, sim"

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...

Grande pátria
Desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair...

Brasil!
Mostra a tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...(2x)

Confia em mim
Brasil!!
Cazuza, sempre atual
"Sempre tive horror de política, mas tem coisas que você não precisa saber, qualquer burro vê. "Brasil" é uma música crítica mas não tem nada a ver com uma fase "política". Eu simplesmente passei o ano passado (86) do lado de dentro, e quando abri a janela vi um país totalmente ridículo. O Sarney que era o não diretas virou o rei da Democracia. Os fãs de hoje são os linchadores de amanhã (frase de Millôr citada em "Vai à luta"). O Brasil é muito triste trópico".
Em 20/03/1987
 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Zappa, o Franco

"Sem música para decorar, o tempo é só a monotonia de prazos de entregas e contas à pagar."  (Frank Zappa)
O mestre sabe o que diz... convenhamos, a monotonia nossa de cada dia nos encaçapa num sem-fim de situações repetitivas que acaba nos oprimindo. Viva o rock´n´roll, viva a boa música! :)

Apolo? Dionísio?

Qual sua porção Apolo? Onde está seu Dionísio? Saberia responder? Ou tem medo de descobrir?

sábado, 13 de agosto de 2011

Diary of a Madman (Ozzy Osbourne) ao vivo

Para pontuar o post anterior, eis um "vídeo" (apenas o som, na verdade) do Ozzy cantando essa música ao vivo. O registro é do ano 2000, com o guitarrista Zakk "Ogro" Wylde, e é a única vez que o velho comedor de morcegos cantou esse clássico em um show.


Diário de um doidaralhaço


Em delírio, corro à janela e solto um grito lancinante, de besta-fera.
Você me observa, pressentindo minha morte.
Não há qualquer esperança.
A loucura é o preço a pagar, o fim do caminho, descontrole total.
Minha sanidade se esvai entre meus trapos, meu sangue, meus restos.
Meu cérebro parece uma gelatina estragada. Não há mais nada ali.
Caminho pela estrada da demência, sem parada nem recuo.
Paradoxalmente, não saio do lugar.
Paranóico, transtornado, ouço vozes me chamando, e sou eu mesmo.
Mente e espírito doentes. Olho para o espelho, não vejo meu reflexo. Ele mente.
Vejo, através de meus olhos, outra pessoa.
Não sei se essa pessoa ficará em mim ou partirá. Se partir, é a morte?
Mais e mais vozes, a escuridão, o silêncio, a solidão, os impropérios a mim direcionados, sem que eu saiba de ondem veem.
Como eu me salvo de mim mesmo? Quem pode me ajudar?
Inimigos nas páginas dos jornais. O ciclo se fecha e se reinicia. Tudo outra vez, os delírios, os gritos, as vozes, quero fugir, quero deixar...

Um pequeno passeio por dentro da alma, baseado na letra da música Diary of a Madman, do Homem Louco Ozzy Osbourne, dono da voz mais maníaca da história do rock´n´roll.


O casamento, segundo Juvenal Urbino

"O problema do casamento é que se acaba todas as noites depois de se fazer o amor, e é preciso tornar a reconstruí-lo todas as manhãs antes do café." (Dr. Juvenal Urbino, personagem do livro O amor nos tempos do cólera, de Gabriel Garcia Márquez).

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Natais

Num passado tão, tão distante, quando o e-mail ainda era o principal meio virtual de comunicação em nossa querida WWW, enviei, às vésperas do Natal, uma mensagem aos meus contatos, com minha visão particular do tema. Como se deseja um Feliz Natal sem ser repetitivo? Sei que estamos no meio do ano, longe da data, mas achei interessante e resolvi compartilhar uma visão que ainda tenho sobre a principal data comemorativa do ano... :)


 


Olha só, acabou mais um ano... de novo??? Mas que mania que esses anos têm de acabar! É sempre a mesma coisa... feliz natal, feliz ano novo, tudo igualzinho, presentinhos pra família toda, os velhos encontros familiares (com seus venenos habituais)... tá, eu sei que essa é uma visão um tanto cínica da coisa, mas fica a pergunta... "você prefere uma doce ilusão ou uma amarga realidade"?
Vivemos de ilusões, sim... uma sociedade perdida em meio ao consumismo desenfreado e ao artificialismo de relacionamentos brutos e sem significado. Almas em busca de algo que nem elas sabem o que é... tantos sonhos, vontades, desejos, tudo tão comum, tão difícil de explicar e, ao mesmo tempo, tão inócuo, aparentemente sem um objetivo claro... pois de que adianta conquistar coisas num mundo tão capenga? Fala-se tanto em felicidade, e isso mais parece uma lenda... conquista, pra maioria das pessoas, parece significar receber o 13º e torrar tudo em em dois dias...
Então, o que mais posso desejar em mais esse final de ano?

Que possamos sonhar um pouco mais alto, que possamos ser mais livres em relação a nós mesmos, e que tenhamos a capacidade de buscar aquilo que realmente nos faz bem... sem mais guerras familiares, brigas internas... cuidar da saúde... priorizar a saúde, e não o trabalho... não ver as pessoas como coisas... e não dar mais valor a coisas do que a pessoas. Nem tampouco viver eternamente reclamando de tudo e todos (embora, em alguns momentos, bata aquela revolta básica...). Enfim, toda mudança começa dentro de nós... não adianta rezar pro salário mínimo aumentar. Não é isso que vai mudar a vida de alguém...
Desejo um 2005 bem melhor que 2004. E que todos possam manter a alegria de viver.
Abraços e felicidades, pessoal!
Binho =)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

As aventuras de Bronhaman - 2

Bronha, meu rei!

Bronhaman!!! Ele mesmo, essa rapaz nefasto e sacana que só pensa em sacanagem (e fica perdido em pensamentos...), que não pega nada nem ninguém, mas delira e sonha como poucos!

Bronha, meu Rei!!! Ela passa direto, sem nem tchum, sem nem tchan, revigorando o lado ogro de nosso amigo bronholento. Ele a segue com os olhos, sem disfarçar seu desespero, seu pecado, seu CRIME, suas vontades, suas taras mais funestas, maníaco que só. E ela? Ah, ela... ela desfere golpes visuais brutais contra o pobre humano, golpes tão violentos que o farão passar horas no banheiro, na certeza de que jamais chegará nem perto da diva sacaninha, a que atenta, mas não atende. Quenguinha de bosta, nem uma piscada. Nem uma fisgada. Mas ele é... o Bronhaman! E não desiste nunca! Não desiste nunca de OLHAR, porque não passa disso...

As aventuras de Bronhaman - 1

Bronhaman!!!

Mony. Esse é o nome dela.

Ela, passa, toda reboluda, passa toda boa, toda gostosa, toda quenga, filha da puta.

Bronhaman tá de olho, hoje é dia de justiça. Bronhaman sabe que não é pra ele, não come ninguém, ninguém come ele, machista sexista desgraçado, só se fode e não traça bunda nenhuma.

E ela passa, toda reboluda, toda felpudinha, aqueles cabelos vaginais por baixo da jeans. Bronha sabe das coisas... só não sabe como conquistá-las!

Rei do Reggae

Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra.
Bob Marley

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Entre paredes

Entre tijolos e afrescos, agonizo em lentidão. Não sei o Norte, sequer o Sul, apenas posso rodar sem destino. Preso, aprisionado, derrotado, encarcerado. Morto, quase-vivo, arredio e sem coragem. Nem um passo, estaqueado, endurecido, arregaçado pela modorrenta troça da solidão. Sei de vocês o suficiente para evitá-los. Na vida morna das tardes mortas, prefiro o nada ao falo social. Sociedade cafajeste, que mal há? Onde estarei, senão aqui?

domingo, 7 de agosto de 2011

Eu tenho um amigo...

            Eu tenho um amigo. Ele é um dos caras mais loucos e besteirentos que conheço. A despeito de ser evangélico, diz coisas que fazem corar um Ary Toledo. Esse cara é um dos maiores lutadores que conheço, dono de um dinamismo impressionante e uma força de vontade incomum.
            Jesuíno, um grande amigo, mestre e companheiro dos piores momentos. Conselheiro certeiro, mente aberta. Visão aguçada, enxerga longe. Longe até demais!
            Eu o conheci quando fui estagiário na biblioteca de uma empresa de Curitiba. Estava bem acompanhado. Uma chefe metaleira e socialista (que fez de mim um rebelde COM causa), e um colega especializado na manutenção de máquinas da Xerox, transferido para meu setor. Ele é cego. Cego, mesmo, não deficiente visual, como ele mesmo faz questão de frisar. Deficiente visual sou eu, que sou míope!
            Como sou muito tímido, é um pouco difícil para as pessoas se aproximarem de mim. Ele sofreu pra conseguir! Mas, conversa vai, conversa vem, descobrimos afinidades. E aprendemos a respeitar opiniões opostas, já que adoro rock pesado, enquanto ele é evangélico. Mas um evangélico extremamente inteligente, de uma congregação séria. Os preconceitos eram de lado a lado, e com o tempo pudemos desfazer uma série de idéias pré-concebidas. Tornamo-nos amigos de freqüentar casa do outro. Aprendi muito com ele, já que o Jesuíno tem uns 12 anos mais que eu. Ele viveu muita coisa. Perdeu a visão com uns 11 anos, e me explicou que, apesar do que pode parecer para os que enxergam normalmente, é melhor ter noção do que são cores do que ser cego de nascença, de modo à nunca ter a menor idéia dos tons. Aprendi também sobre a linguagem Braille. Impressionante a facilidade com que ele usa aquela máquina de escrever Braille!
            Ainda novo, ele foi para o Instituto de Cegos de Curitiba, onde viveu de forma bastante intensa. Entre histórias de fantasmas e crises administrativas, o velho casarão guarda material precioso que poderia virar um livro. Lá, ele foi uma espécie de líder natural, visto que seu carisma é forte. Perdeu uma namorada, talvez a grande paixão de sua vida, ainda adolescente, o que o afetou muito. Antes desse fato lamentável, ainda tinha sonhos coloridos e com imagens. Sonhos que se tornaram escuros depois do acidente. Mas é um cara que não se lamenta de nada. Ensinou-me a não ter pena de portadores de deficiência e me mostrou de forma prática que um cego vive uma vida tão normal quanto qualquer outra pessoa. Ele mexe com fiação elétrica, instalação de telefones (adivinhem quem instalou a extensão no meu quarto...), entende de mecânica, sabe dirigir, ama a Jovem Guarda, tem uma curiosidade infinita pelas coisas, adora pesquisar... e tem uma moral espantosa com as mulheres! Eu sempre digo a ele: “feio que dói, baixinho, gordinho e ainda por cima cego, e vive cheio de mulher em cima. Afinal, qual é o segredo???”. E ele, claro, não conta o bendito segredo e ainda cai na gargalhada. Eu continuo na seca e ele faz o que bem entende da vida! Um dia ele vai ter que me contar o segredo...
            Nem todo mundo acredita que o cara é cego, mesmo. A ex-esposa dele vivia fazendo testes e armadilhas, para se certificar da cegueira do marido. Ela não acreditava. Um dia, estávamos nós andando (eu estava acompanhando-o até o ponto de ônibus... aliás, como o cara anda rápido!), quando, subitamente, ele desvia de um galho de árvore há 10 centímetros de sua face! Naquele dia, cheguei à conclusão de que se tinha algum cego ali, era eu!
            É aquele tipo de pessoa que não desiste nunca do que quer, a ponto de dar nos nervos. Quando todo mundo já desistiu de fazer alguma coisa, ele continua em cima. Mexe com informática, aprende rápido, estuda programação, utiliza programas de voz (DosVox, por exemplo), e definitivamente não conhece a palavra derrota. Não é demagogia nem nada, eu apenas fico impressionado. Quantas vezes reclamamos da vida, disso, daquilo, ai que dor, ó vida, ó azar, e temos exemplos como ele, bem como exemplos de tantas outras pessoas com diversas deficiências, que se superam de maneira magistral? Aí, fico até envergonhado quando me lamento ou desisto de algo.
            Desnecessário dizer que a audição dele é excelente. Uma forma de compensar a falta de visão, os demais sentidos são bem desenvolvidos. Não precisa ir mais de uma vez a algum lugar para aprender o caminho e seguir sozinho quando quiser.
            Um cara extremamente inteligente, que nos anos 80 foi um legítimo pinguço (deixou o álcool quando se converteu), daqueles de passar a noite nas praças curitibanas! Não sei porque, mas acho que muito do lado sensível e inteligente vem justamente da deficiência. Ele acabou desenvolvendo certas características em função de sua condição física.
            Outra característica marcante é o lado “contador de histórias” dele. Adora contar histórias as quais viveu, especialmente de fantasmas e coisas do gênero, e eu sou ótimo em ouvir essas delícias! Curitiba é uma cidade pródiga em casarões “assombrados”. Trabalhei em pelo menos quatro empresas lotadas de lendas, lendas urbanas que passam de geração em geração e chegam aos nossos dias ainda com um tanto do sabor original.
            Além desse meu amigo, uma palavrinha sobre um colega. Um cara que se formou em Filosofia. Paraplégico, de carisma incomum, o maior fã de Elvis Presley que conheci. Tinha algumas manias curiosas. Passava umas duas horas arrumando o topete antes de ir para a faculdade, e descia as rampas da UFPR – Universidade Federal do Paraná (sim, lá tem rampas, não escadas, o que facilita muito o acesso de pessoas com cadeiras de rodas) em alta velocidade,  e utilizando uma estridente buzina para pedir licença aos demais! Era cômico ver o cara quase voando pelas rampas, buzinando e filosofando. Legítimo “maluco beleza”.
            A deficiência está no coração das pessoas. Nas atitudes infelizes de seres destrutivos, que preferem boicotar o mundo a fazer dele um lugar mais tolerável.
            Precisamos é de pessoas inteligentes e de coração (espiritualmente) saudável. A experiência de conviver com pessoas como esses dois malucos que citei foi ótima e me ensinou muito, inclusive sobre caráter. Só tenho a agradecer.
            Abraços a todos os leitores

Texto originalmente escrito para a Rede Saci, em 2006

Coração

ei, vem cá... que horas são?

O que você quer saber?

Que horas são?

Que diferença faz?

Muda tudo. Que horas são?

Depende. Pode ser cedo ou tarde.

Muda tudo, mas muda de qualquer forma. O estado de coisas em letargia é uma forma vertiginosa de mudança. Algo que não sofre alteração muda uma situação de alteração brusca. Se mudo algo, há mudança. Se não mudo, a mudança é a ausência.

Estado letárgico. Qual a causa de tamanha incapacidade de mudança em cada um, em particular? Na sociedade, como um todo?

Que colossal força opressora se coloca entre nós e a vontade de lutar, de viver, de realizar, de dissolver a podridão toda que paira sobre nossas cabeças?

sábado, 6 de agosto de 2011

Link para o blog antigo

Link para os textos passados do NUVENS E GATOS, clique aqui.

Postarei alguns textos dos antigos aqui, além das atualizações, que farei somente no Blogger a partir de agora, por tempo indeterminado. :)

Aquele abraço!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Blog novo (ou nem tanto)

Hospedeiro novo seria o termo mais apropriado. Meu blog está no Wordpress, que tem muito mais recursos e possibilidades visuais mais interessantes, mas infelizmente não aceita o Google Friends, limitação grave nesses tempos enredados. Modos que... estou transferindo para o Blogger, eheheh. Quem quiser, me acompanhe. :) agradeço as visitas e também frequentarei outros blogs, pois se tem uma coisa que gosto de fazer nessa vida é ler...